DE REPENTE
Há muito tempo a rua ficou triste.
Remanescem retalhos na memória,
revelando a existência merencória
da dor que então vivi e que ainda existe.
Recordo ilhas de paz, de canto e sombras;
do amor, as mãos de seda e o colo amante,
o beijo da lascívia acariciante
e o gozo de ais profundos nas alfombras.
Das flores, a magia do perfume;
da noite intensa, a brisa e o vagalume;
da manhã resplendente, a borboleta.
Tudo se foi, o amor perdeu seu lume;
a rua desnudou-se e na sarjeta
hoje aos escombros vê-se a alma do esteta!
Este soneto é de autoria do poetas ANTONIO KLEBER MATHIAS NETTO - transcrito do meu e-mail para esta página.
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