quinta-feira, 31 de maio de 2012

DE REPENTE (Antonio Kleber Mathias Neto)


DE REPENTE

Há muito tempo a rua ficou triste.
Remanescem retalhos na memória,
revelando a existência merencória
da dor que então vivi e que ainda existe.

Recordo ilhas de paz, de canto e sombras;
do amor, as mãos de seda e o colo amante,
o beijo da lascívia acariciante
e o gozo de ais profundos nas alfombras.

Das flores, a magia do perfume;
da noite intensa, a brisa e o vagalume;
da manhã resplendente, a borboleta.

Tudo se foi, o amor perdeu seu lume;
a rua desnudou-se e na sarjeta
hoje aos escombros vê-se a alma do esteta!



Um comentário:

  1. Este soneto é de autoria do poetas ANTONIO KLEBER MATHIAS NETTO - transcrito do meu e-mail para esta página.

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