sábado, 3 de novembro de 2012

Enviado pelo poeta Wilson China & Água de Cacimba



Wilson China & ÁGUA DE CACIMBA 17/04/2011 - Amigos
Para:
Quem sou eu:
CANTADOR... ASSIM
Autor Walter Lajes.

Cantador é passarinho
Espalhando melodia
Quase nunca está sozinho
Pois seu canto é companhia
Que lhe afasta da tristeza
Por isso que sua riqueza
Aumenta de tom em tom
Quando tem pra quem cantar
Seu peito se enche de ar
Ecoando todo o dom!

Lacrimante é sua história...
Ao visitar o passado
Mais um suspiro cantado
Define a trajetória
Na estrada de dor e glória!
E apesar das ilusões
De quem já lhe fez sonhar
Mágoas, não quer carregar
Porque carrega perdões
Porque carrega canções!

Coração de cantador
Tem dez cordas esticadas
Todas elas afinadas
Com pureza, com amor,
Com crueza do dissabor
Tem uma criança brincando
Tem um velho lastimando
Tem retirante partindo
Tem as flores se abrindo
E muitos corações pulsando!

Enviado pelo Poeta Wilson China & Água de Cacimba


A cacimba que tinha já secou
e de sede morreu a bicharada
de comida não resta quase nada
pois o pouco que tinha se acabou
sertanejo sem chuva nem plantou
se plantou, mas na certa nem colheu
seu cavalho de fome enfraqueceu
não morreu, mas ficaram as sequelas
Só se escuta o rangido da cancela
Pois o gado que tinha já morreu.

-Henrique Brandão-

(Respondendo)

Se morreu todo o gado no sertão
e as cancelas escuta-se rangindo
os cavalos de dores se premindo
pela grande fraqueza em que estão
imagine o pobre cidadão
que fugiu do sertão temendo a fome
hoje vive sem nada e pouco come
no lugar que pensou encontrar trégua
trabalhando feito um filho da égua
sem roubar pra manter limpo seu nome.

          (Carlos Celso-02/nov.2012)

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

ANDARILHO BLUES (Poema de Clóvis Campelo-Recife/PE.)





ANDARILHO BLUES

Clóvis Campêlo

Perdido pela cidade
me encontro em tons azuis,
roques, baladas e blues,
toda a musicalidade

que emerge das suas ruas:
o som sereno do rio,
os cães latindo no cio,
gatos miando pra lua;

o ruído dos motores,
as frenéticas buzinas,
o vapor que contamina,
a vida em estertores.

Perdido pela cidade,
olhando a face do povo
em busca de algo novo,
procuro a felicidade.

Recife, 2010

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Homenagem ao poeta JOSÉ SARAMAGO (Clóvis Campelo-Recife/PE)





POEMA PARA SARAMAGO

Clóvis Campêlo

Quando chegares aos céus
não mais terás consciência
para percebê-lo.
Serás etéreo, vapor,
nuvem passageira.
No entanto, também serás
a essência preservada
da natureza,
simples circunstância.
O teu, era um sonho
terreno, consistente,
feito em rocha,
não mais caberia
nas nuvens.
O que te alimentava
era o desvendar
e a recriação constante
do código dos homens.
Nada era definitivo
e a verdade escondia-se
nas entrelinhas.
Talvez tenhas sido
o bobo da colina
ou o último guardião
das possibilidades negadas.
Teu vulto frágil
era assustador
e o verbo, desde
o princípio, recusava
o sonho inútil
e o tempo desperdiçado.

- Publicado no jornal Folha de Pernambuco, Recife, quinta-feira, 24.06.2010, Caderno Programa.

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Postado por Clóvis Campêlo no Geleia General em 10/15/2012 05:58:00 AM

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

CABIDE E CRUZ (Luiz Leme Franco)



CABIDE

luizcarlsolemefranco
Pendurado no alto de uma mortífera  cruz,
houve quem ficou com muita resignação.
Pendurado dentro de um guarda-roupa, sem luz
Ficou uma velha roupa de comemoração.

A cruz suportou uma vida divina.
Com este sucesso o mundo mudou.
O móvel acomodou um terno de esquina:
com este fato nada no mundo se alterou.

Não há aqui o que se comparar:
o que esteve no madeiro foi santo
e no armário só uma roupa a guardar,
que apenas serviu um homem, se tanto.

Cabide de braços abertos para blusas,
cruz de braços abertos para Jesus.
A vida só nos oferece coisas obtusas
que são um pouco de nossa cruz.

Não se compara estes dois acontecimentos,
pois não se deduz nenhuma semelhança
entre a cruz que apenas dá sofrimentos
e o cabide que só existe na abastança.

Não vamos morrer naquele calvário,
nem vamos ficar em uma cruz,
e nem dentro de um grande armário,
mas sim sobrevivendo aqui na luz.

Nosso mundo, dores intensas, nos faz,
- mundo virtual ou real, não importa –
e nos impõe suas normais cruciais:
só o passageiro da cruz nos conforta.

A ética que temos em nossa mente,
às vezes nos crucifica na óptica da vida,
e nos mostra esta cruz ou um dormente,
que nos levam ao caminho de subida.

Em cruzes, cabides, arcos ou rodelas,
o modo como nos parecemos às pessoas
é só um reflexo do pensamento delas.
Em nós sempre há pretensões boas.

Não nascemos para sermos cabides de maquinarias,
não existimos para que nos pendurem maldades.
Nosso objetivo é sermos cruzes de benfeitorias
e  estarmos na Terra sempre bem entre bondades.

Cruz e cabide, que comparação banal
misturando o sagrado com o  mundano.
O simbolismo da cruz nos leva ao bem final
e o significado do cabide é algo bem profano.

Cabide, na gíria  é  um penduricalho
onde alguns inúteis são enganchados,
 incompetentes conseguem trabalho,
 e indizíveis desmandos são arranjados.

“ Cada  um  carrega sua cruz”
dizem de quem trabalha duro.
Do tabuismo cabidão se deduz
emprego ganho, sem muito apuro.

Cristo, na cruz, mostrou p’ra todos
como o caminho se pode trilhar :
é possível sim, sem nada de engodos –
-  basta uma vontade férrea cultivar.

Uma cruz qualquer, em qualquer lugar
é sinal de religiosidade de alguém.
O uso de um cruzeiro é para mostrar
uma crença, respeito e morte também.  

Qualquer cabide em qualquer lugar
é um local banal, uma ferramenta
onde o que se deseja é apenas guardar
uma coisa do mundo, uma vestimenta.

Vestimenta ética, moral, que perdura
porém, só conseguimos com nossa cruz
onde coisa mundana alguma se pendura.
Não somos unicamente matéria, somos luz.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

NÃO VENHAS HOJE (Tito Lívio)


 
 
 
NÃO VENHAS HOJE


Não venhas hoje cá! Não quero ver-te.
Secou o teu amor pela raiz.
Fiz tudo pra te ter, para prender-te,
E vi somente o teu rosto infeliz.
Morreu este desejo para ter-te,
Beijar-te a boca já nada me diz.
Por certo a minha mágoa não te importa,
Mas vou tentar a sorte a outra porta.

Não venhas hoje cá! Não quero mais
Andar pelas esquinas da amargura,
Pegando pela frente vendavais,
Quando a falta de afeto me tortura.
Não vou fazer de bobo em festivais
Nas vezes que o desprezo me procura.
Não vais rir-te de mim sempre que eu choro,
Pois não te quero mais, já não te adoro.

Não venhas hoje cá! Mas vem depois,
Quando a manhã se abrir em luz da aurora
E não possa o escuro ver nós dois
Abraçados de amor a toda a hora.
Vem cá, mas fecha bem a porta, pois
Assim o meu azar fica lá fora.
Vem cá e fica aqui, que sem amor
A vida, para mim, não tem valor.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

CHORO EU E A GUITARRA (Clóvis Campelo-Recife/PE.)




CHORO EU E A GUITARRA

Clóvis Campêlo

Choro eu e a guitarra,
neste solene momento,
onde a lembrança esbarra
em suaves movimentos

de um tempo que não para
e que não tem lenimento;
de uma dor que se encancara
e não esconde o tormento

do que ficou para trás,
perdido no pensamento;
do que não volta jamais,

perdido no encantamento
do que antes era paz
e se tornou sofrimento.
 

--

domingo, 5 de agosto de 2012

GILDO BRANCO (compositor de frevos e canções)



GILDO BRANCO


Clóvis Campêlo

Pernambucano, compositor de frevos, nascido em uma família de flautistas amadores, seu nome de batismo era Astrogildo Américo Branco Filho.
Era irmão de Aline Branco, cantora que fez nome na Rádio Clube de Pernambuco na década de 1930.
Até 1939, trabalhou como comerciário na Livraria Universal.
Em 1946, ingressou no Clube Português do Recife como escriturário, passando mais tarde a supervisor. Foi no Clube Português onde conheceu o maestro Nélson Ferreira, que o lançaria como compositor.
Em 1960, teve uma música gravada pela primeira vez. A cantora Voleide Dantas gravou o frevo-canção Periquito bateu asas, feito em parceria com Sebastião Rosendo. Em 1961, Raimundo Santos gravou frevo-canção Gulosa. A partir daí, os seus frevos passaram a ser sucesso em todos os carnavais recifenses.
Em 1962, Evaldo França gravou A lua disse, cuja letra transcrevemos abaixo e que foi o ganhador do concurso de músicas de carnaval instituído pela Prefeitura do Recife.
Em 1964, voltou a ganhar a primeira colocação no concurso da Prefeitura coma música Amor de marinheiro, cantada por Penha Maria.
Em 1966, emplacou mais um sucesso com a música Cochilou, o cachimbo cai, gravada por Germano Batista.
Inúmeros sucessos seus fizeram partes dos carnavais posteriores, como Você está sozinha (1969), feita em parceria com Valdemar de Oliveira e gravada por Expedito Baracho; Levante o dedo (1970), em parceria com Aldemar Paiva e gravada pelo Coral RCA; Pertinho dela (1971), também gravada por Expedito Baracho e mais uma vez vencedora do concurso instituído pela Prefeitura do Recife; O frevo é de Pernambuco (1974), gravada por Claudionor Germano e também vencedora do concurso de músicas carnavalescas daquele ano. Inúmeros outros frevos-canções seus fizeram sucesso, como Os direitos são iguais, Como vai de amor, Olinda do meu coração e Passei no vestibular.
Como compositor de frevos-canções, foi um cronista que registrou os fatos, costumes, e acontecimentos da sua época.



A LUA DISSE
(Gildo Branco)

Gagarin subiu, subiu, subiu,
foi até ao espaço sideral,
chegou perto da lua e sorriu:
"Vou embora pro Brasil
que o negócio é carnaval".

A lua disse:
"Não vá demore mais,
pois ouvi que lá na Terra
querem me passar
pra trás".

Mas o Gagarin não ligou
e deu no pé:
"Vou mesmo pro Brasil,
eu quero é conhecer Pelé".



Recife, 2009 

domingo, 29 de julho de 2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

CUIDADO (Théo Drummond-Poetas del mundo)


CUIDADO
THÉO DRUMMOND
 
CUIDADO, MEU PENSAMENTO,
SOU COMO A ÁRVORE SIM,
E O TEMPO PARECE O VENTO
QUE TEM O DESTINO RUIM
DE SEPARAR O QUE TENTO
CONSERVAR JUNTO DE MIM:
- AS FOLHAS QUE NUM MOMENTO
VÃO TER, NA QUEDA, O SEU FIM.
 
QUANDO CAIREM NO CHÃO
 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DO AMOR (Clóvis Campelo-Recife-PE.)


PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DO AMOR


Clóvis Campêlo


Pra não dizer que não falei do amor
despojei-me de qualquer medida,
encarei sem receio a própria vida,
sanei no verso torto toda dor;


busquei lembrar do brilho dos teus olhos,
do toque morno da língua em tua boca,
do teu corpo úmido, nú, sem roupa,
do teu regaço onde me recolho;


joguei por terra a vã filosofia,
transformei profundo abismo em ponte,
fiz do firmamento novo horizonte,
transpus em noite quente a tarde fria.


Pra não dizer que não falei do amor.


Recife, 2007

segunda-feira, 25 de junho de 2012

MISTÉRIO (Clóvis Campelo-Recife-PE.)


MISTÉRIO

Clóvis Campêlo

Meus males os atribui à chuva
quando interessava-me ter respostas,
e minha nudez sobre a mesa posta
era mão aflita a procurar a luva.


Meus medos os atribui ao vento
quando em busca de um porto mais seguro
mantinha a vida como o meu futuro,
singrando mares de puro tormento.


Porém, se foi a chuva com o medo,
o vento dissipou o mal bem cedo,
hoje navego em outro hemisfério,


levado pela força da paixão,
movido pelo instinto da razão
e perseguindo também o mistério.


Recife, 1991

sexta-feira, 15 de junho de 2012

CADA MOMENTO (Marcos Loures)

CADA MOMENTO

Quero desfrutar cada momento
Sem tréguas me entregar ao teu prazer.
Na profusão do intenso sentimento
Nos devorando inteiros, chama a arder.

E deslizar sem arrependimento
Tocando cada parte do teu ser,
Desejos devorando, sem tormento,
Sentindo-te voraz a enlanguescer.

Nas mãos eu sei que tenho a mansa fera
Que morde com doçura e com paixão.
Em todo nosso amor, calor tempera

Com ânsias e vontades, maciez,
Num misto de brandura e de tesão,
No amor doce-feroz que a gente fez...

MARCOS LOURES

COLUNA DO MEIO (Izabel Dias)

quinta-feira, 31 de maio de 2012

CHEIRO DO PASSADO (Delasnieve Daspet)





.
Cheiro do Passado

Delasnieve Daspet
Quanto resta da estação das rosas?
Já não acompanho o tempo.
O frio da saudade me toma.

Faz tempo, é verdade!
As pedras já se cobrem de musgos,
Eu caminho
Em busca da rosa rubra!

E o cheiro do passado
( Tomilho, manjericão, lavanda, rosas )
Que torna e toma conta,
E me fazem sonhar todos os sonhos....
Absurdos sonhos, as escondidas!

No olhar que sorri para mim
Revejo nossas tristezas,
Nossas pequenas alegrias,
E no baixar da cortina,
O grande silêncio da eternidade!

19-09-2002 - 15,00hs -Campo Grande MS 

DE REPENTE (Antonio Kleber Mathias Neto)


DE REPENTE

Há muito tempo a rua ficou triste.
Remanescem retalhos na memória,
revelando a existência merencória
da dor que então vivi e que ainda existe.

Recordo ilhas de paz, de canto e sombras;
do amor, as mãos de seda e o colo amante,
o beijo da lascívia acariciante
e o gozo de ais profundos nas alfombras.

Das flores, a magia do perfume;
da noite intensa, a brisa e o vagalume;
da manhã resplendente, a borboleta.

Tudo se foi, o amor perdeu seu lume;
a rua desnudou-se e na sarjeta
hoje aos escombros vê-se a alma do esteta!



domingo, 20 de maio de 2012

ÁGUA PERENE (Lena Ferreira-Rio de Janeiro)

ÁGUA PERENE




                   Soneto da Poetisa/Carioca LENA FERREIRA




Lave o desgosto dessa tua cara
plante um sorriso no sublime rosto
alma tão pura, sim, alma rara
jamais merece provar de tal gosto.


Sabor amargo das lágrimas tristes
peito amuado, os olhos tão baços
consolação, pr'essa hora, inexiste
é muito triste o romper desses laços.


Lave o desgosto em água perene
até que a alegria, ao longe, te acene
verás florido, de novo, o jardim.


Pedra por pedra, de novo, o castelo
antes ruído, voltará a ser belo
dê tempo ao tempo e terás outro sim.

sábado, 19 de maio de 2012

EU E VOCÊ (Izabel Dias)

SUFOCAR ESTA PAIXÃO (Marcos Loures-Capixaba)

SUFOCAR ESTA PAIXÃO


                       (Soneto do poeta capixaba MARCOS LOURES)




Não posso sufocar e4sta paixão
que chega e já desmonta a minha base.
trazendo com sorriso a sedução,
transmuda, como a lua, noutra fase...


Às vezes parece alucinação,
parando a minha vida numa estase,
em outras vem causar transformação.
muda todo o sentido de uma frase.


Menina o que fizeste assim comigo?
espero9 a cada dia o teu prazer,
mas foges me deixando sem abrigo...


Meu canto te buscando feito um rito,
meu mundo nos teus braços quero ter,
soltando esta emoção, busco o infinito...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

MAMÃE, MEU ANJO DE CRISTAL (Henrique Secundino-Uberaba/MG.)

MAMÃE, MEU ANJO DE CRISTAL


                               Henrique Secundino - 10/maio/2012
                                (Poeta e compositor mineiro de Uberaba)




A zelar pela família, com notável paciência,
minha mãe foi um exemplo / de amor e competência.
exemplo de mãe zelosa, / exemplo de transparência.
abençoada que foi / pela santa providência


Escolheu lá no passado / as trilhas que seguiria...
abraçou com grande amor / a missão que cumpriria!
contornou dificuldades / com grande sabedoria...
por caminhos tão difíceis, / guiou-me com maestria!


Nos meus dias de desânimo, / não me faltou assistência:
minha mãe foi o pilar / da minha sobrevivência!
foi na verdade um anjo / de pura benevolência...
era forte como rocha, / apesar da aparência!...


Escondeu suas tristezas, / externou sua alegria!
sua palavras soavam / como doces melodias!
que Deus lhe pague, mamãe! / que lhe faça companhia!
guardarei essas lembranças / até o fim dos meus dias.

terça-feira, 17 de abril de 2012

segunda-feira, 19 de março de 2012

CRIANÇA FELIZ (Izabel Dias-Guaratinguetá/SP)

Poetisa IZABEL DIAS
(Guaratinguetá-SP.)

Era feita de sonhos
e escolhas suaves
por olhos inocentes e puros
de onde emanava
só a sinceridade
doce e meiga infância
que mesmo adulta
ainda guarda em sí
a alegria de ser
sempre criança.

(VERSOS SOLTOS) de Pedro Bandeira

Do Poeta PEDRO BANDEIRA - postado no meu orkut pelo poeta pernambucano
WILSON CHINA, em 04/maio/2011.

Deitei-me na cama humilde
do meu ranchinho isolado
tresvariei toda noite
sonhando quase acordado
pra todo lado que olhava
via você do meu lado.

Sonhei com o seu retrato
numa moldura de prata
no sonho ví sua sombra
formando uma colunata
cortando as toalhas verdes
do cortinado da mata.

domingo, 18 de março de 2012

(VERSOS SOLTOS) de Wilson China-Tabira/PE.

Poeta: WILSON CHINA (Grupo: ÁGUA DE CACIMBA)
Tabira/Lagedo-PE (são duas cidades)

O meu tempo de menino
recordo a cada segundo.
o meu primeiro calção
com um buraco no fundo
por não ter outro perfeito
eu vestia satisfeito
achando o melhor do mundo.

ALÉM DE MIM (Izabel Dias-Guaratinguetá/SP)

Poetisa: IZABEL DIAS (Guaratinguetá-SP)

Mais além do que posso ser
me diluo em sentimentos
num complexo coquetel
que até a alma se embriaga.

Meu peito arfando diz
que não reconhece o que inspiro
pois são ares de saudade
do que ainda está por vir.

Se a boca está calada
o sonho estoura em gritos
as janelas antes fechadas;
uma gaivota querendo ser.

quarta-feira, 14 de março de 2012

ANJOS AMIGOS (Izabel Dias-Guaratinguetá/SP)

Poetisa: IZABEL DIAS (São Paulo)


Existem anjos que
despem-se de suas
asas pra estar entre nós,
como gente.
Com seu carinho,
traz a amizade,
o respeito e fazem
nossa vida mais doce.
Sofrem até mais
que humanos,
mostrando assim a
presença de Deus
em nossas vidas,
através da humildade.
Ficam durante o
tempo necessário
à sua missão e
quando chega a
hora de vestir as
asas e alçar novo
vôo para o lugar
onde é chamado,
deixam muitas saudades,
mas também a certeza
de que fomos abençoados
pela presença deste
anjo carinhoso,
que por onde for
levará a união e o
carinho, fazendo
sempre uma ciranda
de amigos...
uma e(terna) amizade!

EU E VOCÊ (Izabel Dias-Guaratinguetá/SP)

Poetisa: IZABEL DIAS (São Paulo)


É bom se ver no outro
descobrir partes de um todo
num cantinho interior
conhecido por poucos.
Falando com os olhos
de quem me lê,
sou tantas de mim;
uma parte perdida
em devaneios
e a outra
voltada para a alma,
mas quando juntas
somos fé e esperança
buscando a paz
que habita em todos nós...

terça-feira, 13 de março de 2012

M U L H E R ! (Profª Luciane Silva-Recife/PE)

Poetisa/Professora LUCIANE SILVA - Recife/PE.
Infanto-Juvenil (homenagem à mulher no seu dia internacional)


Jardim encantado
coração aberto em flor
suas atitudes
exalam perfume de amor.

Independente ou submissa
pelas circunstâncias da vida
luta e não desiste
de promover:
a Paz e a Justiça.

Cabeça erguida
diante das barreiras
ainda dos preconceitos
quer conquistar seus direitos.


(Em, 08/março/2012)

sábado, 10 de março de 2012

CORAÇÃO POETA (Dr. Herculano Alencar-CULA)-SP.

Soneto: Herculano Alencar (CULA) - Piauiense de Piripiri, médico formado pelo Recife-PE, especializado e radicado em São Paulo-SP.


Este meu coração velho de guerra,
que sacode avexado, sem descanso...
já foi bruto e cruel, agora é manso
como a luz do luar ao pé da serra.

Já não morre de amores pela terra
ou paixão poela musa mais amada
calejou-o, coitado, a longa estrada
das paixões e amores que ele encerra.

Esta bomba pulsante e musculosa,
carne quente e vermelha, cor de rosa,
que contrista meu peito à revelia.

Hoje verte meu sangue, a bel-prazer,
nas entranhas sombrias do meu ser
como um rio num mar de poesia.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

BUCOLISMO FILOSÓFICO (Dr. Herculano Alencar-CULA)

Soneto de Herculano Alencar (CULA)

Quando o mugir do boi desperta o dia,
o sol chacoalha luzes sobre o pasto,
eu pego-me a pensar o quanto é vasto
o chão que Deus plantou a poesia.

Aqui e ali, um verso anuncia
o parto de um poema concebido
a terra abre o ventre adormecido
e espalha vida feito epidemia.

Quando o ruflar das asas silencia,
o sol veste as cobertas do horizonte,
a lua ascende aos céus por trás do monte.

E toda essa saudade se esvazia...
eu pego-me pensando nesse instante,
que tenho muito mais que merecia.


(RL = T2929686)

(O poeta nasceu em Piripiri-PI, fez medicina em Recife-PE e especializou-se em São Paulo-SP onde reside até agora)